A Morte - Cruz e Sousa

A Morte

Oh! Que doce tristeza e que ternura

No olhar ansioso, aflito dos que morrem...

De que âncoras profundas se socorrem

Os que penetram nessa noite escura!

Da vida aos frios véus da sepultura

Vagos momentos trêmulos decorrem...

E dos olhos as lágrimas escorrem

Como faróis da humana desventura.

Descem então os golfos congelados

Os que na terra vagam suspirando,

Com os velhos corações tantalizados.

Tudo negro e sinistro vai rolando

Báratro abaixo, aos ecos soluçados

Do vendaval da Morte ondulando, uivando...

(Cruz e Sousa)

Heinrich Heine

"A morte é a frescura da noite e a vida o dia sufocante."
                                                                                                                                      Heinrichita Heine

Álvares de Azevedo

        Manuel Antonio Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um poeta, escritor e contista da segunda geração romântica brasileira. Conhecido como o "Poeta da Dúvida", Álvares de Azevedo deixou de lado os temas recorrentes de seus predecessores românticos como o indianismo e o nacionalismo e trabalhou numa poesia que retratava seu interior. Falecido em 1852 aos vinte e um anos de idade vitimado pela tuberculose e ainda por um tumor, o poeta paulistano nos deixou importantes obras, como Macário, Lira dos Vinte Anos e Noite na Taberna, além de diversas poesias.

Distante Melodia

Num sonho d'Iris, morto a ouro e brasa,

Vem-me lembranças doutro Tempo azul

Que me oscilava entre véus de tule -

Um tempo esguio e leve, um tempo-Asa.

Então os meus sentidos eram cores,

Nasciam num jardim as minhas ânsias,

Havia na minh'alma Outras distancias -

Distancias que o segui-las era flores...

Caía Ouro se pensava Estrelas,

O luar batia sobre o meu alhear-me...

Noites-lagoas, como éreis belas

Sob terraços-lis de recordar-me!...

Idade acorde d'Inter sonho e Lua,

Onde as horas corriam sempre jade,

Onde a neblina era uma saudade,

E a luz - anseios de Princesa nua...

Balaústres de som, arcos de Amar,

Pontes de brilho, ogivas de perfume...

Domínio inexprimível d'Ópio e lume

Que nunca mais, em cor, hei de habitar...

Tapetes doutras Pérsias mais Oriente...

Cortinados de Chinas mais marfim...

Áureos Templos de ritos de cetim...

Fontes correndo sombra, mansamente...

Zimbórios-panthéons de nostalgias...

Catedrais de ser-Eu por sobre o mar...

Escadas de honra, escadas só, ao ar...

Novas Bizâncios-alma, outras Turquias...

Lembranças fluidas... cinza de brocado...

Irrealidade anil que em mim ondeia...

- Ao meu redor eu sou Rei exilado,

Vagabundo dum sonho de sereia...

Mário de Sá-Carneiro, in 'Indícios de Oiro'.

Lucano

"Os deuses escondem dos homens a beleza da morte para levá-los a aguentar a vida."

Lucano

Mário de Sá-Carneiro

       Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) Foi um dos grandes expoentes do modernismo português. Poeta, contista e ficcionista, Mário de Sá-Carneiro, amigo íntimo de Fernando Pessoa, se mataria em 26 de abril de 1916, após um curto período na capital francesa. Apesar de ter morrido com apenas vinte e cinco anos, o poeta português deixou importante obra para a posteridade. Embora em sua época fosse pouco entendido e divulgado, atualmente é considerado um dos maiores expoentes da literatura  moderna em Língua Portuguesa.

Corão 2:28

"Allah o fará morrer, e depois o reviverá, e de novo fará você voltar à Ele."
                                                                                                                                           Corão 2:28

Chopin

     Frédéric François Chopin (1810-1849) Foi um dos maiores pianistas da história. Nascido na Polônia e radicado na França, Chopin conviveu com diversas figuras relacionadas as artes, como a escritora George Sand (sua amante), o pianista húngaro Franz Liszt e o pintor francês do Romantismo, Eugène Delacroix, responsável pela pintura mais famosa do rosto de Chopin.
     Comparada com a arte de Beethoven e Mozart, Chopin deixou obras belíssimas e muito conhecidas no meio popular, como o Estudo revolucionário (Op. 10, nº 12) , a Valsa Minuto (Op. 64 nº 1)  e a sonata Marcha Fúnebre (Op. 35).
      Chopin morreu em 1849, aos 39 anos de idade, vítima de tuberculose ou fibrose cística. De acordo com seu último desejo, seu coração foi retirado de seu corpo para ser enterrado em sua terra natal, a Polônia. Alguns de seus amigos, trouxeram terra de seu país e jogaram por cima de sua sepultura de Chopin, de modo que seu corpo permanecesse em solo polonês.
       Durante seu funeral foi executada a obra Réquiem, de Mozart - a pedido do próprio Chopin. Como a obra de Mozart fora composta para vozes femininas, a Igreja somente autorizou a apresentação das cantoras estando estas escondidas por detrás de grossa cortina de veludo negro (motivo pelo qual o enterro foi atrasado por duas semanas!). Desta forma, o funeral de Chopin se deu em 30 de outubro de 1849, sendo acompanhado por mais de três mil pessoas.
       Chopin foi enterrado no maior cemitério de Paris e um dos mais famosos do mundo, o Cemitério de Pére-Lachaise, última morada de diversas personalidades mundiais, como Balzac, Delacorix, Proust, Modigliani, Comte, Molière, Allan Kardec, Edith Piaf e Jim Morrison.

Sêneca

"É incerto o lugar onde a morte te espera; espera-a, pois, em todos os lugares."

Sêneca

Florbela Espanca

     Florbela Espanca (1894 - 1930) pseudônimo de Flor Bela Lobo. Foi uma poetisa portuguesa. Embora tenha morrido muito jovem, aos trinta e seis anos, teve uma vida bem tumultuada, cheia de sofrimentos e inquietações. Florbela casou-se por três vezes mas nunca foi feliz junto aos seus maridos; provavelmente devido as consequências de um aborto involuntário, Florbela jamais pode conceber.
     Apenas dois de seus trabalhos foram publicados em vida: Livro de Mágoas e Livro de Sóror Saudade. Espanca faleceu no dia 8 de dezembro de 1930, após uma overdose de barbitúricos. A poetisa jáFlorbela havia tentado o suicídio por três vezes: em outubro e novembro do mesmo ano, logo após o diagnóstico de edema pulmonar; e anteriormente, em 1928, logo após a morte trágica de seu irmão em um acidente aéreo.

Eclesiastes 7

"Mais vale o dia da morte que o dia do nascimento; mais vale a tristeza que o riso."

Eclesiastes

Lord Byron

     George Gordon Byron (1788 - 1824)  mais conhecido como Lord Byron, foi um notório poeta inglês, sendo considerado um dos mais importantes da Europa e um forte influenciador do romantismo. Dentre suas principais obras temos: Don Juan  e  A Peregrinação de Childe Harold. Faleceu aos trinta e seis anos de idade (a mesma idade que seu pai havia falecido e a mesma idade que sua filha viria a falecer) durante a Guerra de Independência da Grécia.

Livro do Desassossego - Grandes trechos

"E para ti, ó Morte, vá a nossa alma e a nossa crença, a nossa esperança e nossa saudação."

Bernardo Soares